Óscares 2014 (+her e 12 anos escravo)

Ah, os óscares.
A gala mais famosa do mundo.

Uma noite cheia de magia, visto que, para além de nos fazer esquecer que há fome no mundo, faz-nos também esquecer que há pessoas gordas no mundo.

Devo dizer que acordei tardíssimo este domingo e estava com medo de só conseguir adormecer por volta das seis da manhã. Por isso, quero agradecer à academia a oportunidade de me resolver esse problema mais ou menos na altura da entrega do melhor actor secundário.

Para colocar em perspectiva: estamos perante a maior festa do mundo. E o grande acontecimento mediático foi alguém postar algo no twitter. Nada vocifera “LOUCURA” tão alto como alguém ir postar coisas nas redes sociais a meio de uma festa.

Tendo em conta que estás a ler críticas sérias de cinema na internet, então devo assumir que já sabes que o grande vencedor da noite foi o 12 Anos Escravo. Ou então és a minha mãe. Nesse caso, ignora o que disse acerca de ter acordado tarde no domingo.

Eu vi este filme, deixando-nos de tergiversanços, numa sala em que apenas se encontrava um grupo de pessoas extremamente racistas (e não muito espertos) que pensavam que estavam perante uma comédia.

Portanto, passaram o filme a rir-se. Senti-me naturalmente incomodado, mas, como não tenho um pingo de personalidade, também me ia rindo. Logo, não sei se vi o filme da forma que era suposto.

Não obstante o filme não ser – de todo! – uma comédia, consegui ainda compreender o porquê de ter sido o grande vencedor dos óscares (até porque se fosse uma comédia não teria hipóteses, porque todos sabemos que arte que é arte não pode fazer rir). Por causa de uma palavra: Oscarbação.

Para ninguém desconfiar, substitui-se holocausto e judeus por escravatura e negros (“estão a ver, público geral? Nós, os judeus, não controlamos Hollywood”).

E, como se não bastasse, tudo é salvo por um homem branco benevolente que, sem ganhar nada com isso, decide ajudar o personagem principal. Mais uma vez, o altruísmo do homem branco a salvar o dia. Assim, afinal os brancos não têm que se sentir culpados (antes que me esqueça, este parágrafo contém spoilers).

Quanto à actriz que ganhou o óscar de melhor actriz secundário, devo admirar o empenho, mas considero que devia recalibrar as prioridades. Isto porque ser-se chicoteada até ficar com as costas em carne viva parece-me um preço demasiado elevado para uma estatueta. Embora suponha que lhe fique bem no CV.

PS.: Acerca do óscar de melhor argumento original, foi ganho por um filme sobre o Joaquin Phoenix a olhar para a parede. Estamos a ficar sem ideias, não estamos?

PPS.: Ó internet, o Leonardo DiCaprio era o 3º mais provável para ganhar. Para quê tanto alarido?

 

Link para o artigo original:

Cinema a Sério: Os Óscares

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